No capítulo 17 do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, item 11, encontramos uma reflexão profunda sobre a relação entre o cuidado do corpo e a busca pela perfeição moral.
A questão inicial levantada é se a perfeição moral consistiria na maceração do corpo. Para desvendar esse enigma, é essencial compreender a necessidade de cuidar tanto do corpo quanto do espírito, reconhecendo a influência mútua que esses dois aspectos exercem um sobre o outro.
A narrativa inicia-se destacando a importância do corpo em sintonia com a alma. A saúde do corpo desempenha um papel crucial na jornada espiritual, sendo o veículo que permite à alma manifestar suas potencialidades e ilusões de liberdade. A analogia é feita entre corpo e alma em perfeito estado, ressaltando a necessidade de equilíbrio para atender às diferentes aptidões e necessidades de ambos.
No desenvolvimento, o texto explora dois sistemas antagônicos: o dos ascetas, que buscam a perfeição aniquilando o corpo, e o dos materialistas, que rebaixam a alma em prol dos prazeres materiais. Ambas as abordagens são consideradas violentas e insensatas, deixando em aberto o dilema da sabedoria na busca pela perfeição.
A reflexão aprofunda-se, revelando a existência de uma tribo de indiferentes, pessoas que vivem sem convicções, mornas no amar e econômicas no gozar.
O dilema de encontrar a sabedoria e a ciência de viver parece insolúvel até que o Espiritismo surge como guia, mostrando as intricadas relações entre corpo e alma. O espiritismo destaca a dependência mútua desses dois elementos e ressalta a importância de cuidar de ambos para alcançar a perfeição.
Amar a alma e o corpo ao mesmo tempo
Somos orientados a amar a alma, mas ao mesmo tempo, cuidar do corpo, reconhecendo-o como instrumento daquela. Desatender as necessidades naturais do corpo é considerado desatender a lei de Deus.
A ênfase é colocada na responsabilidade do indivíduo em não castigar o corpo pelas faltas cometidas pelo livre-arbítrio, compreendendo que martirizá-lo não resulta em maior perfeição moral.
O texto conclui com a afirmação de que a verdadeira perfeição reside nas reformas pelas quais o espírito passa. Submeter, humilhar e mortificar o espírito são os meios para torná-lo dócil à vontade de Deus, e, consequentemente, o único caminho para alcançar a tão almejada perfeição.
Dessa forma, o capítulo 17 do “O Evangelho Segundo o Espiritismo” oferece insights valiosos sobre a busca pela perfeição moral, ressaltando a importância do equilíbrio entre corpo e alma no trajeto dessa jornada espiritual.
Fonte:
KARDEC, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo: Capítulo XVII – Sede Perfeitos, item 11, Cuidar do corpo e do Espírito.
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