Naquele momento de incerteza, quando Pilatos indagou a Jesus sobre sua realeza, as palavras do Mestre ressoaram além das paredes do palácio, ecoando pelos séculos vindouros.
“Meu reino não é deste mundo”, proclamou ele, desvelando uma verdade transcendente que ultrapassa os limites da compreensão humana imediata.
Aquele diálogo não se circunscreveu ao contexto daquela época; suas reverberações ecoam até os confins da existência humana.
Jesus, em sua sabedoria divina, não apenas respondeu a Pilatos, mas também lançou as bases para uma compreensão mais profunda da existência humana.
Ele não veio estabelecer um reino terreno, mas sim para testemunhar a verdade, para orientar os corações rumo a um destino mais elevado. Sua missão transcende as fronteiras do tempo e do espaço, estendendo-se além das vicissitudes da vida terrena.
A vida futura, esse grande princípio tão enfatizado pelo Cristo, é a pedra angular de seu ensinamento. Nele reside a justificação para os desafios e as injustiças deste mundo, e é a promessa da recompensa divina para aqueles que seguem os caminhos da retidão.
Os antigos hebreus, com sua compreensão limitada, vislumbravam apenas vagamente essa realidade, associando as bênçãos terrenas à observância das leis divinas.
No entanto, Jesus veio revelar uma verdade mais profunda, um reino além das aparências transitórias deste mundo.
No entanto, mesmo com a luz que Jesus lançou sobre a vida futura, a compreensão plena permanecia além do alcance da humanidade naquela época.
Ele adaptou seu ensinamento à capacidade de compreensão de seus contemporâneos, cientes de que uma revelação completa poderia ser excessiva para suas mentes limitadas.
Assim, deixou um legado que seria desenvolvido ao longo dos séculos, culminando no advento do Espiritismo.
O Espiritismo, como um complemento ao ensinamento de Cristo, preenche as lacunas deixadas pela revelação anterior. Ao trazer a vida futura para o domínio da experiência e da observação, ele transforma a crença em certeza, a hipótese em realidade tangível.
Os relatos dos espíritos, detalhando as nuances da existência além da morte, não apenas dissipam as dúvidas, mas também oferecem uma visão clara e racional da justiça divina.
Assim, à luz do Evangelho e do Espiritismo, somos chamados a transcender as limitações do mundo material e vislumbrar o reino que está além das fronteiras terrenas.
É um convite para direcionarmos nossos olhos e nossos corações para aquilo que é eterno, para nos prepararmos para uma jornada além do tempo, onde a verdadeira justiça de Deus se revela em toda a sua plenitude.
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